Olá pessoal! Estou lendo um romance muito interessante de um grande astrônomo e divulgador científico chamado Carl Sagan. O livro, chamado CONTATO, narra o recebimento de uma mensagem extraterrestre de um sistema chamado Vega e a dificuldade em decifrá-la, entre outras questões filosóficas interessantes.
Mas o que eu achei legal foi uma passagem de um personagem religioso fundamentalista, criticando a Ciência. Você consegue identificar as falácias???
"Os cientistas estão sempre prontos a jogar no lixo as suas 'verdades' quando aparece uma nova idéia. Orgulham-se disso. Não imaginam que o conhecmento possa ter limites. Supõem que estejamos presos à ignorância até o fim dos tempos, que em nenhuma parte da natureza exista certeza alguma. Newton suplantou Aristóteles. Einstein suplantou Newton. Amanhã alguém haverá de suplantar Einstein. Assim que conseguimos entender uma teoria, surge outra em seu lugar. Eu não me importaria tanto com isso se nos advertissem de que as idéias antigas eram experimentais. A lei da gravitação de Newton, era assim que diziam. Aliás, ainda dizem. Entretanto, se era uma lei natural, como poderia estar errada? Como poderia ser suplantada? Só Deus pode derrubar as leis da natureza, não os cientistas. Só que eles embaralham tudo. Se Albert Einstein estava certo, Isaac Newton era um amador, um trapalhão."
Contato. Carl Sagan, Companhia de bolso. pg 137.
É uma reflexão interessante essa abordagem da ciência como "descartável", sempre sendo corrigida. Inicialmente, nos causa desconfiança acreditar em algo que está sempre sendo corrigido. Mas, como sabemos, essa é a maior virtude da Ciência: A refutabilidade. Pena que existem muitas pessoas que pensam como o trecho acima...
E o conhecimento, será que ele tem mesmo limites?
Gostaria de deixar bem claro que esta é apenas a passagem de uma história fictícia, e que o Carl Sagan foi um grande defensor da Ciência e da distinção dela em relação à pseudo-Ciência. Para esse tema, sugiro um outro livro dele, chamado "O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÔNIOS".
Grande abraço e até a próxima!Para saber mais:
- Contato. Carl Sagan. Ed. Companhia de Bolso.
- O Mundo Assombrado pelos Demônios. Carl Sagan. Ed. Companhia de Bolso.
oie!
ResponderExcluirestou seguindo seu blog agora =]
venha seguir o meu tb :D
http://fiqueiputo.blogspot.com/
po, esse autor tem outros livros q parecem ser bem legais...mas achei meio caro os livros dele. estavam mais de 40 reais na sisciliano!
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirUma das influencias para mim... um bom filme e um ótimo livro, leia tb o "mundo assombrado por demonios"...
abração
"A ignorância afirma ou nega veementemente, a ciência duvida"
ResponderExcluirVoltaire
O que ele critica na ciencia è justamente uma das sua virtudes: admitir os erros e progredir.
Abs
É Vinícius, os livros são meio carinhos, por isso eu comprei a edição de bolso hehehe
ResponderExcluirE Felipe, esse livro foi o primeiro que li dele. É realmente sensacional, apesar de ter umas partes meio pesadas falando das pessoas que acham que foram abduzidas etc. Mas adorei esse livro!
E vc tem razão, Juliana. O problema é que as pessoas, em geral, querem o mundo pronto, todo resolvido e explicável facilmente. Só que não é bem assim. É claro que a Ciência (e os cientistas!) tem defeitos, mas a relação custo-benefício e bastante favorável para o modo racional e cético da Ciência.
Acontece que, geralmente, teorias são aprimoradas. Einstein não suplantou Newton. Ele só verificou que, em velocidades próximas a da luz, as leis de Newton estavam incompletas. Então, ele a aperfeiçoou e a ajustou para funcionar corretamente em grandes velocidades. Mas de forma alguma newton estava errado! Em escalas de velocidades mais "usuais", ele está totalmente correto.
O que eu continuo me perguntando é se o conhecimento tem limites; será que um dia tudo será desvendado, e o cientista não será mais útil?
Não sei, acho que não: o conhecimento tem limites. Mesmo por que a ciência se faz do uso de modelos criados pelo homem que não necessariamente refletem a realidade (lembrando que não vou entrar no conceito de o que é real rs), já que o homem é limitado e não tem capacidade própria de "enxergar" os fenômenos sem ajuda desses modelos.
ResponderExcluirMas é uma excelente discussão...será que perderíamos nossos empregos? oO
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito interessante... Eu concordo com a Juliana, acho q o + promissor do "fazer Ciência" é assumir q a sua idéia pode ser criticada, corrigida, complementada por outra q apresente + parcimônia ou pareça (ao menos naquele momento) ser + digna de credibilidade. Acredito q as verdades não existem, logo penso q o cientista não se tornará algo obsoleto, mas sim um instrumento q nos dá a oportunidade de ter contato com novos pensamentos e descobertas, oq nos propicia estar sempre exercendo nosso direito de contestação.
ResponderExcluirBeijos =*
Confesso que a ciência ser eternamente passível de refutabilidade me incomodou no início da faculdade; pensava exatamente como o autor do texto, que tudo estava errado. Aliás até hoje isso é um fantasma que de vez em quando vem me assombrar: "e se meus experimentos estiverem errado? e se tudo que pensei estiver errado?" E isto se deve muito ao determinismo e imutabilidade científica que nos são passados na escola...
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